27 de agosto de 2012

Que boas, as novelas do Plim Plim! (Parte 2)

Mulheres De Areia (1993)


Autoria: Ivani Ribeiro 
Colaboração: Solange Castro Neves 
Direção: Wolf Maya, Carlos Magalhães e Ignácio Coqueiro 
Direção geral: Wolf Maya 

Esta é a novela da Gloria Pires. A actriz desempenhou dois papéis fixos: as gémeas Ruth e Raquel; e dois papéis que ela interpretava quando convinha às personagens: a Ruth fazendo-se passar por Raquel e a Raquel fazendo-se passar pela Ruth.

Esta telenovela passou na Sic, em horário nobre, ao contrário do que aconteceu no Brasil. Lá foi a novela das seis.

Lembro-me perfeitamente de alguns momentos marcantes desta novela: a Raquel a destruir as mulheres de areia que Tonho da Lua (Marcos Frota) esculpia na praia; o encontro entre Ruth e Marcos (Guilherme Fontes) e como eles se apaixonaram; as vilanias de Raquel com todos os habitantes de Pontal d'Areia; o acidente das gémeas; o plano do Tonho da Lua ao colocar a aliança de casamento da Raquel no dedo da Ruth; o momento em que o Marcos revela que sempre soube que a Ruth se fazia passar pela irmã após o acidente; a morte da Raquel e o casamento da Ruth com o seu grande amor.

A Dona Isaura (Laura Cardoso) e o Floriano (Sebastião Vasconcelos) nunca viram as filhas da mesma maneira. Floriano não gostava da Raquel e a Dona Isaura achava que a Ruth era pouco ambiciosa na sua vida.

Pontal d'Areia estava dividido entre as duas facções: a maioria dos habitantes adorava a Ruth e desprezava a Raquel. Para mim, a escolha foi sempre muito simples: sempre adorei a Ruth e adorei odiar a Raquel, que era uma vilã e tanto. Um excelente trabalho da Gloria Pires!


Quatro por Quatro (1994)


Autoria: Carlos Lombardi 
Colaboração: Ronaldo Santos e Mauricio Arruda 
Direção: Alexandre Avancini, Luís Henrique Rios e Maurício Farias 
Direção geral: Ricardo Waddington 

Esta novela de Carlos Lombardi garantiu gargalhadas certas em todos os capítulos. Mas a mistura inteligente entre as gargalhadas e o drama é que colocou esta novela na lista das minhas novelas favoritas do "Plim Plim".     

Esta era a saga de quatro mulheres que foram parar à cadeia por chocarem umas contra as outras num acidente entre automóveis. Abigail (Betty Lago), Auxiliadora (Elizabeth Savala), Tatiana (Cristiana Oliveira) e Babalu (Letícia Spiller) contam a sua história de vida e o motivo que as levou a chocar umas com as outras e descobrem que foram todas traídas pelos maridos. As quatro mulheres juntam as mãos e, como mosqueteiros, juram vingar-se dos seus companheiros.

O contraponto da comédia é a história da pequena Ângela (Tatyane Fontinhas Goulart), filha de Bruno Franco (Humberto Martins) e criada pelo seu primo Gustavo (Marcos Paulo). O dr. Bruno viveu durante muitos anos na Amazónia, culpando-se por não ter conseguido salvar a sua mulher quando ela deu à luz a sua filha Ângela. Demora muito tempo até que a menina aceite o pai, mas é um processo fascinante.


Por Amor (1997)

Autoria: Manoel Carlos 
Colaboração: Maria Carolina, Vinícius Vianna e Letícia Dornelles 
Direção: Paulo Ubiratan, Ricardo Waddington, Alexandre Avancini, Ary Coslov e Edson Spinello 
Direção geral: Paulo Ubiratan e Ricardo Waddington


Esta foi a segunda novela do Manoel Carlos que eu vi e a que gostei mais (mais até do que o "Laços de Família"). Conhecida como a novela da "troca dos bebés", a história trágica de Maria Eduarda (Gabriela Duarte) que perdeu o seu bebé no parto e de Helena (Regina Duarte), que trocou o seu filho vivo pelo filho morto da filha. O romance de Helena com Atílio (Antonio Fagundes) ficou em sério risco quando ele descobriu que o seu filho sempre estivera ao seu lado, vivinho da silva.

Outro tema pesado foi o alcoolismo do ex-marido de Helena e pai de Maria Eduarda, Orestes (Paulo José), ostracizado pela própria filha. A cena de Orestes, sendo levado pela mão pela sua filha Sandrinha (Cecília Dassi) (muito madura para a sua tenra idade) para os alcoólicos anónimos foi muito tocante.


Laços de Família (2000)


Autoria: Manoel Carlos 
Colaboração: Fausto Galvão, Maria Carolina, Vinícius Vianna, Flávia Lins e Silva
Direção: Moacyr Góes 
Direção geral: Ricardo Waddington, Rogério Gomes e Marcos Schechtman 

Esta é a outra novela de Manoel Carlos que fez muito sucesso no Brasil e por cá. Helena (Vera Fischer) apaixona-se por Edu (Reynaldo Gianecchini) que eventualmente se apaixona por Camila (Carolina Dieckmann), casando com ela. Mãe e filha apaixonadas pelo mesmo homem parece confuso, mas quem governa o coração, não é?

O amor incondicional entre mãe e filha é novamente tema central da novela de Manoel Carlos. Nesta, a mãe Helena engravida de um homem que já não ama, pondo em risco a sua relação com Miguel (Tony Ramos), para salvar Camila de uma leucemia.

Já passaram muitos anos e ainda hoje, se ouvir o "Love by Grace" da Lara Fabian, vem-me à memória a cena em que Camila decide rapar o cabelo.

Esta novela marcou o regresso do actor Flávio Silvino (o Matosão de "Vamp"). O actor encontrava-se em recuperação de um acidente que o deixou com sequelas neurológicas e a sua personagem em "Laços de Família", o Paulo, filho de Miguel, espelhava esse mesmo assunto.



O Cravo e a Rosa (2001)


Autoria: Walcyr Carrasco e Mário Teixeira 
Colaboração: Duca Rachid 
Direção: Mário Márcio Bandarra e Amora Mautner 
Direção geral: Walter Avancini

Esta novela é a prova provada que, por muito tempo que passe, as comédias de William Shakespeare nunca passam de moda! Baseado da comédia A Fera Amansada (The Taming of The Shrew), esta novela foi um grande sucesso da Globo e garantiu gargalhadas em todos os capítulos, graças às interpretações geniais de Adriana Esteves e Eduardo Moscovis.

O amor entre Catarina Batista (Adriana Esteves) e Julião Petruchio (Eduardo Moscovis), negado por tanto tempo pelos dois, era emotivo e hilariante. A feminista Catarina sempre jurou que jamais se casaria e o seu noivado com o machão confesso Julião Petruchio foi uma supresa para todos. Bem, na verdade, o casamento serviria três propósitos: salvaria a fazenda do Petruchio; faria com que Bianca (Leandra Leal) acabasse com as suas greves de fome e manteria a honra do pai da família e candidato a prefeito de São Paulo, Nicanor Batista (Luís Melo).

Se, por um lado, a trama retrata o casamento como uma mera instituição económica, por outro, o amor entre os protagonistas é real e inegável desde o começo (se bem que eles o neguem até ao fim e vivam à bulha um com o outro). 

O texto é excelente, o tratamento visual da novela – inspirado no cinema mudo  foi muito bem conseguido e os efeitos sonoros também são hilariantes. 

Que boas, as novelas do Plim Plim! (Parte 1)

Fizeram um remake da "Gabriela", uma novela de grande sucesso da Rede Globo e a primeira a ser exportada e vista pelo público português. Trazia uma linguagem nova a um país vergado pelo Estado Novo. A personagem principal era jovem e transbordava sensualidade. Dizem que foi um sucesso estrondoso em Portugal. Dizem que parou o país.

Nessa época, eu ainda não tinha vindo ao mundo, mas desde que me conheço por gente que me recordo de ver as telenovelas brasileiras da Rede Globo. A estação do "Plim Plim" tinha os melhores autores, os melhores actores e os maiores recursos técnicos da teledramaturgia brasileira, o que se traduzia em fenomenais recordes de audiências.

A RTP começou a transmitir as novelas da estação do "Plim Plim" e a vida de milhares de portugas nunca mais foi a mesma (incluindo a minha!)

Roque Santeiro (1985)


Autoria: Dias Gomes 
Co-autoria: Aguinaldo Silva 
Colaboração: Marcílio Moraes e Joaquim Assis 
Direção: Paulo Ubiratan, Jayme Monjardim, Gonzaga Blota e Marcos Paulo 
Direção geral: Paulo Ubiratan 

A minha primeira recordação de uma novela brasileira da Rede Globo foi a personagem Sinhozinho Malta (Lima Duarte) e o seu famoso chocalhar de pulseiras, enquanto dizia: “Tô certo ou tô errado?”
Mais memórias não tenho, mas descobri muitos anos depois, que se baseava numa obra de Dias Gomes, intitulada O Berço do Herói. A novela era uma poderosa sátira política e social (censurada pela ditadura militar) e, para muitos críticos de televisão e noveleiros convictos, a obra-prima da teledramaturgia brasileira de qualquer estação.

Com aquela novela, inaugurou-se uma 'receita' de sucesso: uma mistura inteligente de sátira social, numa cidadezinha do interior que serve como um microcosmos do Brasil, apimentada com a comédia de personagens caricatas e o uso q.b. do realismo mágico. Aguinaldo Silva escreveu outras novelas de grande sucesso com esta mesma 'receita'.

Na minha memória de criança, ficou o Sinhozinho Malta e o imenso fascínio pelas interpretações do Lima Duarte.

Tieta (1989)


Autoria: Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares 
Direção: Reynaldo Boury e Luiz Fernando Carvalho 
Direção geral: Paulo Ubiratan 

Ai, a Tieta!... Ainda me lembro da crueldade do seu pai, o Zé Esteves (Sebastião Vasconcellos) quando espulsou a filha Tieta (Claudia Ohana/Betty Faria) da cidade de Santana do Agreste. A "cabrita" prometeu vingança e, após muitos anos fora, voltou rica e pronta para fazer justiça. Lembro-me dos permanentes confrontos dela com a sua irmã Pertpétua (Joana Fomm). A irmã mais velha malvada era a viúva do major, vestia-se sempre de preto, andava com um guarda-chuva para todo o lado e era uma beata muito pecadora. Foi ela que denunciou a irmã caçula para o pai e fez com que ela fosse espulsa da cidade. A Joana Fomm fez um papelão de bater palmas de pé e, até hoje, o seu sotaque peculiar não me saiu da memória. Também a personagem da Dona Milu (Míriam Pires) me ficou na memória pelo seu inesquecível bordão: quando algo de estranho acontecia, ela dizia "Mistéééério..." E a caixinha da Perpétua, o que será que continha? E quem era a "mulher de branco", que atacava os homens da cidade? Lembro-me da 'assombração', mas não da sua identidade... 

Inspirada pela obra de Jorge Amado, a personagem de Tieta era a metáfora do autor Aguinaldo Silva para o regresso da liberdade de expressão, com o fim da ditadura militar. O realismo mágico volta com o fim da novela, quando uma tempestade de areia 'engole' Santana do Agreste para sempre. A Perpétua desaparece quando o seu finado marido a vem buscar.



Rainha da Sucata (1990)


Autoria: Silvio de Abreu 
Escrita por: Silvio de Abreu, Alcides Nogueira e José Antonio de Souza 
Direção: Jorge Fernando e Jodele Larcher 
Direção geral: Jorge Fernando 

A abertura desta novela era genial com a interacção da dançarina de lambada feita de lata com os seus homólogos de carne e osso. Sempre achei aquela lambada da abertura algo incrível. Como é que eles conseguiam fazer aquela boneca parecer viva e dançar?! Mais!, a vénia que ela fazia no final, depois de rodopiar sobre si mesma... Era algo de génio! Mas a maior pérola desta novela era, sem dúvida, a actuação de Aracy Balabanian no papel de Dona Armênia e os seus constantes confrontos entre ela e a sua vizinha Maria do Carmo (Regina Duarte). A Dona Armênia era dona do terreno onde Maria do Carmo tinha o seu negócio e ela ameaçava-a constantemente, dizendo algo como "Eu quero botar a prédio na chon!" "Tudo na chon!" A personagem da Dona Armênia tinha um visual extravagante, um sotaque carregado e hilariante e uma atitude super-protectora em relação aos seus "três filhinha". Outra imagem que me impressionou bastante foi um dos últimos momentos da novela, quando a inescrupulosa Laurinha (Glória Menezes) se suicida, atirando-se de frente de um prédio.

Esta novela de Silvio de Abreu era um espelho do que estava a pasar no Brasil naquela altura, a nível comercial; o dinheiro estava a mudar de mãos e a personagem de Maria do Carmo é a representante dessa mudança.

Vamp (1991)


Autoria: Antonio Calmon 
Colaboração: Vinícius Vianna, Lilian Garcia e Tiago Santiago 
Direção: Jorge Fernando, Fabio Sabag e Carlos Manga Jr. 
Direção geral: Jorge Fernando 

Esta não foi uma novela de horário nobre, nem no Brasil, nem em Portugal, mas fez um sucesso estrondoso como novela das sete. Por cá, passou na RTP 2, às seis da tarde. Alguém devia achar que esta novela era de quinta categoria... Na verdade, a história escrita por Antonio Calmon foi um marco na Globo, atraindo o público adolescente com o seu humor. Aquilo é que eram vampiros, não o que nos querem vender agora! A caracterização era tecnologia de ponta – se bem que hoje pareça extremamente primitiva –, mas seguir as histórias de todos aqueles vampiros dentuços de Armação dos Anjos era muito divertido! Lembro-me de rir a bandeiras despregadas com a família Matoso, especialmente a Mary (Patrícia Travassos) e o Matoso (Otávio Augusto) (que só tinha um dentão!). Quando o poderoso chefão Vlad (Ney Latorraca) perdia a paciência com eles, distribuía estaladas e murros à distância.

O Vlad era um vampiro poderoso e impiedoso... que chuchava no dedo para adormecer!

Há um discurso da Carmem Maura, (Joana Fomm) que ela faz enquanto escreve a sua monografia. Lembro-me de todas as palavras como se estivesse a ouvi-las:

"Eugênia e Rocha, como Romeu e Julieta, morreram no mesmo dia, um ao lado do outro. Rocha, cruelmente assassinado pelo demónio em forma de cão. Eugênia, por suas prórias mãos, ao perceber que seu amor por Rocha era agora impossível, tomou uma drástica atitude e foi juntar-se ao seu amante no além-vida. Os dois foram enterrados juntos. As tumbas, uma ao lado da outra, no antigo mausoléu dos Queirós,  no cemitério de Armação dos Anjos. Lá ficaram mais de 200 anos, esperando o momento de se levantarem novamente e cumprirem o destino que lhes estava reservado. Foi então que Filipe Rocha tornou-se o bravo Capitão Rocha  defensor das causas ecológicas. E Eugênia Queirós transformou-se na famosa cantora vamp  ídolo internacional do Rock n' Roll."

O Capitão Jonas (Reginaldo Faria– que tinha seis filhos – casou-se com Carmem Maura (Joana Fomm) – que também tinha seis filhos – e Natasha (Claudia Ohana), que vendera a sua alma a Vlad (Ney Latorraca) para atingir o estrelato, namorava um dos filhos do capitão, o Lipe (Fábio Assunção).

Os dois têm de se unir, se quiserem destruir o Vlad e, assim, fica montado o cenário perfeito da eterna batalha entre o Bem e o Mal ao nével cósmico, com direito a anjos do Bem, possessões benévolas, lanças, balas de prata e água benta, para atirar aos vampiros dentuços. Tudo isto, num metafórico tabuleiro de xadrez, no qual Vlad e Sig (João Rebello), o filho mais inteligente de Carmem Maura.

Mas só havia um objecto capaz de destruir o Vlad (pelo menos, na teoria): a cruz de São Sebastião...



Pedra Sobre Pedra (1992)



Autoria: Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares 
Colaboração: Marcia Prates e Flávio de Campos Direção: Paulo Ubiratan, Gonzaga Blota, Carlos Magalhães e Luiz Fernando Carvalho Direção geral: Paulo Ubiratan


De todas as telenovelas que já vi, esta é a que gosto mais. Gosto de todos os núcleos do elenco, de muitas personagens e da banda sonora. O texto é excelente e as interpretações são cativantes, algumas até magistrais, tanto dos actores veteranos como dos novatos. Foi uma novela co-produzida pela RTP e que contou com dois actores lusos: Carlos Daniel e Suzana Borges, que interpretavam os dois irmãos Ernesto e Inês. Por sua conta, algumas gravações foram feitas em Lisboa. No Brasil as gravações da Chapada Diamantina, no estado da Bahia, são deveras impressionantes pela sua extraordinária beleza.

Foi por conta de uma "nostalgia aguda" por esta novela que me surgiu a ideia de escrever sobre teledramaturgia brasileira. Sim, porque há muito tempo que a RTP não passa esta telenovela, coisa que a nossa estação de serviço público teve a boa ideia de fazer algumas vezes no passado. Sobre esta novela, eu podia escrever um ensaio, mas isso ficará para outro post.

26 de agosto de 2012

Um histórico Travers Stakes

É nestas ocasiões que eu adoraria estar do outro lado do oceano para poder assistir pessoalmente a estes grandes eventos.

Quem esteve em Saratoga este sábado, assistiu a uma corrida histórica. 145 anos depois, o Travers Stakes (G1) volta a acabar em empate, desta vez, entre o favorito (Alpha) e o potro com menos hipóteses de ganhar (Golden Ticket). Na recta final era Golden Ticket que tinha a liderança da corrida, mas Alpha aproximou-se pela parte de fora da pista e os dois acabaram num emocionante "photo finish" que resultou no empate. Os proprietários dos dois vencedores levantaram o troféu juntos e dividiram o primeiro prémio.

Uma exibição digna do Desporto de Reis!




22 de agosto de 2012

"It was you!"

Há muito poucos casais na história da ficção (se é que há algum, mesmo) que superam este.




Pergunto-me se, quando a editora Laura Burns e a autora Melinda Metz criaram a série Roswell High, elas sabiam exactamente o que estavam a criar...


Uma colecção pouco conhecida, que eu nem nunca vi à venda em Portugal... É impressionante como uma colecção que passou tão despercebida a tantos e tantos, contenha uma história de amor tão intensa e tão bonita.


O tema dos amantes que lutam contra um mundo hostil ao seu amor não é novo, claro. Ovídio escreveu sobre o romance proibido de Píramo e Tisbe na sua obra Metamorfoses. Muitos outros de seguiram desde então – Lancelot e Guinivere; Tristão e Isolda; Romeu e Julieta e até os lusos Simão e Teresa. 



O amor proibido entre Max Evans (Jason Behr) e Liz Parker (Shiri Appleby) poderia facilmente ter caído no lugar-comum, vítima de um molde narrativo centenário.

Felizmente, esta história teve uma escritora e uma editora competentes que, com a ajudinha da ficção científica, impulsionaram a narrativa para outra dimensão.




Estes jovens amantes não estão separados por famílias que se odeiam. Eles são de espécies diferentes. E é por conta dos seus poderes extraterrestres que Max consegue salvar a vida de Liz, vítima de uma bala perdida durante uma discussão entre dois frequentadores do restaurante da sua família.



Claro que os dois não podem ficar juntos por todos os motivos que se possa imaginar, mas o amor intenso que os une fortalece-se por conta dos inúmeros obstáculos por que passam: problemas com a polícia; doenças extraterrestres e estados catatónicos (nos livros) inseguranças pessoais; lutas com o FBI; ex-mulheres de vidas passadas e a própria morte (na série).






A série de televisão tinha ainda algo que livro nenhum pode ter – as actuações brilhantes de Shiri Appleby e Jason Behr e a química entre os dois actores, elogiada pelos produtores da série, pela crítica televisiva e, especialmente, pelos fãs até hoje.








O laço que une Max e Liz é evidente para todos, dentro e fora dos livros e da série de TV. Nada nem ninguém os pode separar. Um dos momentos mais marcantes e sublimes da série foi quando o jovem fez um diamante a partir de um briquete de carvão e a pediu em casamento.





Disclaimer: Written for love, not for profit. The characters do not legally belong to me. They belong to: Melinda Metz and Laura Burns who created them, Jason Katims who developed them, 20th Century Fox Television and Regency Television who produced them and the WB and UPN who broadcasted them.
Images taken from Google search.

Dois dos meus momentos preferidos do episódio piloto são quando o Max salva a Liz de uma bala perdida (o que dá início a tudo)...


     At the sight of the weapon, every costumer of the  Crashdown Café hid under the tables. Liz knew she had the call the police, before someone got hurt, but her legs refused to obey her. Her heart was drumming in her ears as she saw the men struggling for the gun, before it went off. It was like somebody had thrown her a burning iron. She fell on impact, remembering how it felt when she burned her finger on one. Now, however, the pain was much more severe, and spreading fast. The room was spinning and she could barely get a breath in. She managed to press her hand against the wound and felt the warm blood soaking her uniform. Keeping her eyes open was getting so difficult... Unsure if she was hiding, Maria called her, but got no reply. Still sitting in the booth, Max looked over the counter and saw Liz laying on the floor. He immediately knew that something was terribly wrong. He rose to his feet, before being stopped by Michael. “What are you doing? Let go of me.” He said, but his friend didn’t want to let him go. “Max, what are you gonna do?” Surely, Max wasn’t planning to heal her in a public place? Max freed himself from Michael’s grasp and bolted toward the counter. “Call an ambulance.” He told Maria, getting her away from Liz. The young man knelt beside her and tore her blood-soaked uniform open. He could barely breathe at the sight of the blood gushing out of the wound... ‘Not Liz, she can’t die... Please, don’t let her die...’ He silently begged. He loved her. He had loved her for as long as he could remember. He wouldn't let her die! “Uhh...it's gonna be OK.” He said, trying to comfort her, somehow. “Oh my god!!” Max got distracted by two tourists who got closer. Luckily, Michael stopped them. “Hey, get back!!” He said. How could Max be so reckless? He, of all people?!, Michael thought. While Maria called for an ambulance, Max focused all his attention on Liz. “Liz, LIZ! You have to look at me. You have to look at me.”  Liz heard a familiar voice, but for some reason, it seemed miles away from her. In a Herculean effort, she opened her eyes and saw Max Evans leaning over her. Max put his hand over the bullet wound. He shut his mind to the outside world. All of his thoughts were about Liz, the girl he had adored all his life. He took deep, even breaths, trying to focus all of his energy. Strong images flashed before his eyes, like a movie, faster than he could register them: Liz at seven playing with her friends in the playground; Liz at five in a pink dress covered with cupcakes; Liz at five dancing with her parents; Liz at seven in the playground smiling back at him. In that moment, Max made the connection. He felt the searing pain coursing through Liz’s body, he felt her cold shivers running down his own spine... It was hard to breathe. But he had to concentrate. He knew where the bullet was, he could feel it burning his own stomach. He quickly broke the molecules of lead, dissolving the bullet into oblivion. Then, he healed the tissues, the arteries, the skin. In a split second, the nightmare was over. He let out a sigh, exhausted, but deeply relieved. After that, reluctantly, he broke the connection. He reassured her, knowing that she could hear him: “You're all right now. You're all right!” The siren of an ambulance sounded dangerously close. “Keys! Now!!” Michael said, eagerly snapping his fingers. Max threw the keys to him and broke a bottle of ketchup, pouring it over Liz’s stomach. “You broke a bottle when you fell, spilled ketchup on yourself. Don't say anything please.” He begged, moving away from her in haste. Liz looked down and she couldn’t believe what she was seeing:  one minute she was dying from a gunshot wound, the next, she was back, with no wound and no pain. She stood up – her legs still tremulous from the whole ordeal. “Are you okay?” Maria asked, standing by her side. But Liz couldn’t answer. She couldn’t take her eyes off Max, as he ran to the exit, staring back at her, begging her to keep his secret. But what secret was that exactly?! What did you do to me?, she asked him silently. She saw Max drive off with Michael and out of her sight... She wished he had stayed with her, she had so many questions...


E, mais tarde, quando ele vai falar com ela, para se assegurar que ela não tem medo dele.




Liz knew it was late, she knew she should hit the hay, if she expected to get any quality sleep that night, but her mind was whirling. She sat on a lounge chair, thinking of what she meant about what she had said to Kyle at the end of their date. The more she tried to organize her thoughts, the more they slipped from her grasp. Don’t be so hard on yourself; you have been through a lot, lately, she told herself. Maybe that’s why all my thoughts are jumbled... I need more answers. While in the middle of this internal dialogue, she thought she heard someone call her name. She walked to the edge of the balcony and looked over it. It was Max. “I have to talk to you.” He said, simply. I should at least hear what he has to say, she thought. She wanted answers, she needed them, desperately. And Max was holding all of them. Liz guided Max into the Crashdown. With the memory of the shooting hoovering in the air, Max noticed how Liz walked faster than he did, stopping behind a table, waiting. She’s still scared of me, Max thought. He hated seeing the fear in her eyes. But he knew that the only thing he could offer her was his absolute honesty. “I can't imagine how you must feel right now, I mean, I've thought about telling you a thousand times.” “You have?! Me?!” Liz half-smiled, finding it hard to believe. Max half-smiled himself. “What?” She asked, wondering what could possibly be funny at a moment like that one. “Sorry, I just, uh, I just keep picturing you in that dress, with the, uh, the cupcakes... on it,” he replied, serious again. Liz wondered if she had heard right. “What?” “Forget it, it was a long time ago,” he murmured. The cupcake dress. The infamous cupcake dress. Itchy. Ugly. Humiliating... “Oh my God. That's, that's right. I can't believe I actually wore that thing!!” For a second Max felt that she was getting at ease with him... Until a shadow covered her eyes. “I had that dress in kindergarten, I didn't know you until the third grade.” Liz started, horrified at the possibility. “Did you like, read my mind or something?” “No, I-I don't read minds.” Max assured her, stepping forward. He wanted her to understand, needed her to believe that he never meant to invade her privacy like that. He didn’t want her to be afraid of him. “When I healed you, I made this, this, I don't know, this connection. And I got this rush of images.... An image of that dress flashed into my mind, and I knew how you felt about it,” he explained.  “How did I feel about it?” She asked, timidly. She doubted that he knew anything at all, given that she had trouble sorting through the jumbling emotions connected to that dress. “It was the single supreme embarrassment of your life.” His words startled her. In just three words, he managed to untangle the web of feelings she barely had a name for, all those years ago. “But your Mom made it for you... She was so proud of it! She'd never made a dress before. So you wore it. For her sake.” He said, amazed at yet another example of her heart’s greatness. Liz could only nod after listening to his insightful description of that episode of her life. By the way she was still looking at him, Max was sure that Liz was not yet convinced that he could be the same guy she knew since they were children. Max didn’t want her to bolt again, he was willing to do anything to take her fear away. “I've never tried this before, but maybe I can make the connection go the other way. So you can see, you know that, that I'm still me.” He said, advancing slowly, not to frighten her further. Liz just stood there, watching him, incapable of any thought or action. “I have to touch you.” Max murmured. Liz nodded, remaining perfectly still, yearning for a greater understanding about him. With infinite tenderness, Max reached out and cupped her face between his hands. She wasn’t quite as scared as she was just a few hours ago, but his hands felt the same to her—reassuring and warm. Just inches away from him, Liz looked deeply into Max’s eyes, as he murmured in a soothing tone: “Now just take deep breaths and try to let your mind blank out.” Liz tried to ignore her thumping heart and tried to breathe calmly. After a time she could not define, she managed to get her breathing and her heart under control. Once she did, she realized that their breaths matched perfectly. That was her last conscious thought. Focusing all of her attention on Max, she slowly became aware of his heartbeat as if it was beating inside her own chest. While she was holding his deep amber gaze, an image appeared clear in her mind: two children walking against the headlights of the Evans’ car; Max, frightened and alone, stepping out of the school bus with Isabel, seeing her for the first time, playing in the playground and presenting him with the most welcoming smile—a balm for his soul; Max, wondering the school hall, seeing her talking to Maria, incapable of looking away from her resplendence as they exchange glances...
     Suddenly, Max pulled away. “Did it work?” He wondered. Liz merely nodded, unable to utter a word, still under the intensity of the epiphany. Max looked down, slightly embarrassed, mostly relieved that she was still standing next to him. Liz couldn’t take her eyes of Max, as she realized just how privileged she had become. 


WE WANTTO BELIEVE!

21 de agosto de 2012

Que se faça o filme!

A série Roswell (uma das minhas favoritas de sempre) tinha uma mistura inteligente de drama humano e ficção científica, num universo em que os extraterrestres vivem entre nós, na cidadezinha de Roswell, NM.

Após três curtas (mas boas!) temporadas, Roswell foi cancelada. A série sempre se debateu com dificuldades de audiências, sendo esse o motivo pelo qual não sobreviveu no imenso oceano de séries nos Estados Unidos. No entanto, o seu público tem-lhe uma fidelidade canina. Por duas vezes, os fãs salvaram a série de ser cancelada, organizando campanhas a nível nacional. Esses mesmos fãs (aos quais me junto agora) fizeram uma petição junto da indústria para que se fizesse um filme.

Queremos saber o que aconteceu a estas personagens que nos eram tão queridas. O que lhes aconteceu depois de terem sido obrigados a fugir para salvar a vida?

Para mim (e para tantos outros Dreamers ferrenhos), a grande espectativa é saber o que aconteceu ao Max e à Liz. Todos temos saudades do casal mais épico da história dos romances do mundo da ficção. Mas, sobre eles, falarei mais noutro post.

Por agora, aqui fica a petição, para quem quiser dar uma ajudinha.





WE WANT TO BELIEVE!

19 de agosto de 2012

Keep trying, Charlie Brown!


Esta é uma das minhas tiras favoritas de Charlie Brown.

O seu desejo de fazer o papagaio voar é o que mantém a correr, apesar de ser completamente incapaz de fazê-lo e acabar a correr só com a corda na mão.

No entanto, apesar de todos os obstáculos, Charlie Brown nunca vai esmorecer no seu entusiasmo nem na sua energia.

Este é o valor que esta tira tem para mim.

18 de agosto de 2012

O Fim do Mundo


De acordo com o calendário Maia, a "data de validade" do mundo está prestes a expirar. Há 'n' teorias sobre o que vai acontecer em 21 de Dezembro de 2012.

Os meus amigos supreendem-se quando me ouvem dizer que gostaria que o mundo acabasse em 2012 mas, na verdade, eu não quero que a Terra seja engolida por um buraco negro, ou que colida com outro planeta ou asteróide... Acho apenas que o mundo já há muito que pede um apocalipse moral.

Penso que tem de haver uma mudança colossal nos valores que regem a maioria das sociedades. Se o dinheiro e a ganância pelo poder não cegassem mais esse punhado de indivíduos que tenta dominar tantos e tantos milhões de pessoas, talvez houvesse esperança de que todos pudessem viver em paz e segurança. 

Se os velhos valores fossem final e totalmente descartados, talvez o pesadelo do aquecimento global terminasse. Seria um novo começo para a raça humana – o fim esperado de todas as guerras e de todos os problemas – se todos entendessem que colaborando de vai mais longe do que lutando.

Se... se...