28 de novembro de 2014

You’re misunderstood, Charlie Brown!



Charlie Brown está a passear com um capacete na cabeça enquanto Lucy o segue. O cenário é  suficientemente inocente: parece que as duas crianças estão a brincar. Mas, quando Lucy entende mal o que Charlie Brown está a dizer em "marciano", a diversão entre os dois termina. Charlie Brown vira-lhe as costas e Lucy fica ofendida por achar que  ele estava a gritar com ela. Não escutar o outro é a causa de tantos mal-entendidos entre as pessoas (jovens e adultos). Lucy estava a ouvir Charlie Brown através do capacete, mas como foi incapaz de entender o que ele dizia, gritou-lhe. Um grito que ofendeu o rapaz e que o fez virar-lhe as costas. O mal-entendido entre eles não foi resolvido, assim como muitas questões ficam por resolver entre pessoas que se sentem demasiado ofendidas por um insulto imaginário para tentar resolver as suas diferenças. Todos nós vemos situações como esta desenrolarem-se diante dos nossos olhos. Como se as ofensas reais não fossem suficientemente ruins, as ofensas imaginárias podem destruir relacionamentos por completo, se ninguém tiver o bom senso de esclarecer esses mal-entendidos.

23 de novembro de 2014

Pick and Choose

"Do not tell everyone your story. You will only end up feeling more rejected. People cannot give you what you long for in your heart."

Henri J. M. Nouwen – The Inner Voice of Love

18 de novembro de 2014

13 de novembro de 2014

O Veículo da Existência

Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite,
Cada um a vida das linhas das vigias iluminadas
E cada um sabendo do outro só que há vida lá dentro e mais nada.
Navios que se afastam ponteados de luz na treva,
Cada um indeciso diminuindo para cada lado do negro

Tudo mais é a noite calada e o frio que sobe do mar.




Saí do comboio,
Disse adeus ao companheiro de viagem
Tínhamos estado dezoito horas juntos..
A conversa agradável
A fraternidade da viagem.
Tive pena de sair do comboio, de o deixar.
Amigo casual cujo nome nunca soube.
Meus olhos, senti-os, marejaram-se de lágrimas...
Toda despedida é uma morte...
Sim toda despedida é uma morte.
Nós no comboio a que chamamos a vida
Somos todos casuais uns para os outros,
E temos todos pena quando por fim desembarcamos.
Tudo que é humano me comove porque sou homem.
Tudo me comove porque tenho,
Não uma semelhança com ideias ou doutrinas,
Mas a vasta fraternidade com a humanidade verdadeira.
A criada que saiu com pena
A chorar de saudade
Da casa onde a não tratavam muito bem...
Tudo isso é no meu coração a morte e a tristeza do mundo.
Tudo isso vive, porque morre, dentro do meu coração.
E o meu coração é um pouco maior que o universo inteiro.


–– Álvaro de Campos


3 de novembro de 2014

How Lady met the Tramp

Os cães por detrás das personagens




A história por detrás deste filme é fascinante. Sendo uma das melhores películas alguma vez produzidas por Walt Disney, Lady and The Tramp ("A Dama e o Vagabundo") não é um conto de fadas, mas sim uma história original. A ideia partiu de Joe Grant, um dos homens de confiança de Disney, que se baseou na sua vida pessoal para contar a história de uma cadelinha que é adorada pelos seus donos até o aparecimento de um bebé a afastar das atenções dos humanos. Combinada com um conto que Disney leu na revista Cosmoplitan – quando esta ainda era uma revista literária – chamado "Happy Dan, the Whistling Dog", a história deu lugar ao filme que todos conhecemos hoje. Ward Greene, autor do conto, acabou por ser contratado por Disney para escrever a novelização da história, publicada dois anos antes do filme estrear em Junho de 1955.







Milt Kahl animou as primeiras cenas do Vagabundo quando o público o conhece. 





Frank Thomas animou o Joca, e a Dama com o Vagabundo (naquela icónica cena em que os dois cães comem esparguete com almôndegas) 



Como em muitos outros filmes dos estúdios Disney, "A Dama e o Vagabundo" também usou modelos vivos para os animadores estudarem toda a parte técnica, como a estrutura e os movimentos. Dois cães serviram de modelos para os protagonistas do filme. A Dama teve dois modelos vivos. Duas Cocker Spaniels – uma pertencente ao co-realizador Hamilton Lanske e outra que a atriz Verna Felton trouxe para o estúdio.

Já o modelo vivo para o Vagabundo foi mais difícil de encontrar. Um dos argumentistas do estúdio viu um cão rafeiro passar por ele e ficou encantado com o animal. O cãozinho era perfeito para servir de modelo. Contudo, o cão desapareceu e o argumentista passou muito tempo à sua procura. Ao fim de muito tempo, o cão misterioso foi encontrado no canil municipal e foi aí que ele descobriu que o cão era, de facto, uma cadelinha que estava a horas da sua "última viagem". Escusado será dizer que a cadelinha viveu muitos e bons anos ao cuidado de Walt Disney, algures na Disneylândia.




Esta é a cena em que os dois cães de dois mundos diferentes se conhecem. Un início nada românticos ao contrário do final do filme!

Disclaimer: Written for love, not for profit. Lady and the Tramp does not legally belong to me. It belongs to: Walt Disney Productions who produced it and to Buena Vista Film Distribution Company, who aired it. 

Tramp arrived just in time to hear the conversation, and when he took a better look at Lady, he decided to stay. “Just a cute little bundle... of troubles.” Tramp chuckled, waking into Lady’s yard. The three dogs looked back. Jock and Trusty looked at each other: the friends took an immediate dislike for the unknown mongrel. “Yes, they scratch, pinch, pull ears. Ah, but shucks, any dog can take that. It’s what they do to your happy home,” the Tramp said, sitting right on Jock, before pushing him away to be alone with Lady. “Move it over, will ya friend?” Then, he felt it was his duty to warn this beautiful stranger about the havoc that awaited her. “Home wreckers, that’s what they are!” Jock placed himself between the mongrel and his friend, not wanting anything bad to happen to her. “Look here laddie, who are you to barge in-?” “The voice of experience, buster.” The Tramp said, dismissing him again to focus on the lovely female dog. He sat next to her to explain how her world was about to change... for the worst: “Just wait till Junior gets here. You get the urge for a nice comfortable scratch and: ‘put that dog out. He’ll get fleas all over the baby’. You start barking at some strange mutt... ‘Stop that racket, you’ll wake the baby’. And then they hit you in the room and board department. Remember those nice juicy cuts of beef? Forget ‘em. Leftover baby food. And that nice warm bed by the fire? A leaky doghouse.” “Oh dear.” Lady groaned. She was very troubled by the strange dog’s revelations. Having seen her humans treating her so strangely lately, it could get a lot worse when the baby came. “Do not listen, lassie. No human is that cruel!” Jock argued, moving closer to her again. Trusty agreed with Jock. “Of course not, Miss Lady. Why, everybody knows a dog’s best friend is his human.” The Tramp rolled around, laughing at their utter naiveté. “Oh come now, fellas. You haven’t fallen for that old line, now have ya?” “Awe, and we’ve no need for mongrels and their r-r-r-r-r-r-radical ideas.” Jock growled, fed up with the stranger’s presence. “Off with ya, now! Off with ya! Off with ya,” he barked. “Okay, Sandy,” the Tramp replied, realizing it was time to leave. “The name's Jock,” he barked, becoming increasingly infuriated. “Okay, Jock!” The Tramp said, trying to end the conversation. But the little Scottie didn’t take his veiled apology and added: “Heather Lad O' Glencairn to you!” “Okay, okay, okay!” The Tramp realized that the only way to end the conflict was for him to leave the garden, and that's exactly what he did, but not before he gave that beautiful dog a last piece of advice. “But remember this, pigeon. A human heart has only so much room for love and affection. When a baby moves in... the dog moves out.” His inflection changed his words from simple to threatening, and she felt an immense horror run through her entire body, making her fur bristle.